Sentei-me no meu lugar habitual de relaxamento e meditação, deixando a minha mente conduzir-me até ao meu refúgio especial, onde mais ninguém pode entrar. Este é o meu lugar mágico, onde me recolho sempre que posso. Uma vez lá, decidi explorar aquele caminho que até então nunca tinha percorrido.
Já por ali tinha passado algumas vezes e sempre senti uma atração, como se algo me chamasse, indicando que esta jornada seria longa e repleta de encontros e desencontros.
Iniciei o caminho, rodeado de arbustos e plantas rasteiras. À medida que avançava, as árvores começaram a surgir, até que, completamente imerso numa floresta, me dei conta de que havia algo de mágico naquele ambiente. As cores, os cheiros da terra e das flores silvestres, o canto dos pássaros que pareciam dialogar, e o suave vento nos ramos... Tudo emanava uma energia encantada que me fazia sentir protegido e com vontade de continuar. Sentia o chão fofo, coberto por folhas amarelas e laranjas, ramos partidos, e, quanto mais mergulhava na floresta, mais calmo e relaxado me sentia.
À minha frente, um velho carvalho gigante destacava-se, tão grande que permitia a entrada no seu tronco. Cuidadosamente, entrei e uma luz verde emanava no seu interior, criada por plantas. Enquanto descia, encontrei degraus antigos, firmes e largos. Ao primeiro degrau, senti-me seguro; ao segundo, percebi que a tranquilidade aumentava. À medida que descia cada degrau, o mundo exterior parecia desaparecer, e sentia-me cada vez mais sereno. No quinto degrau, o escuro tomava conta do ambiente, e cada passo a mais aprofundava a calma. No décimo degrau, descobri a entrada para uma gruta iluminada por uma luz violeta azulada.
A gruta era mágica, com estalactites e estalagmites, e no centro um antigo pilar de pedra com inscrições milenares. Ao observar aquelas inscrições, uma voz interior sussurrou que apenas o meu inconsciente poderia decifrá-las. Sentei-me, respirei profundamente e acalmei a minha mente. Quando despertei desse estado de relaxamento profundo, percebi a presença de um velho homem, sorridente, ao meu lado. Olhei-o nos olhos e perguntei: "Que lugar mágico é este?" Ele sorriu e respondeu: "Estás no início de tudo. Vem comigo, vamos à descoberta do que te espera."
Iniciámos a viagem, e ele pediu-me para fechar os olhos e respirar fundo. Fiz cinco respirações profundas, sentindo o ar entrar e sair, trazendo paz e libertando-me de medos e ansiedades. À medida que ia relaxando, ele guiou-me a visualizar o meu corpo, parte a parte, permitindo que cada área relaxasse. Quando todo o meu corpo estava quente e tranquilo, ele sugeriu que nos concentrássemos numa porta violeta à minha frente.
Dirigi-me até à porta, empurrei-a e entrei numa sala completamente violeta. Esta sala representava o meu problema, trazendo-me consciência para o enfrentar. Ao contemplá-lo, questionei quais características precisaria para superar. Caminhei até uma porta laranja, onde entrei numa sala intensa, repleta de entusiasmo para superar o meu desafio. Ele incentivou-me a visualizar a superação, permitindo-me sentir a determinação necessária para vencer.
Passámos por várias salas, cada uma com uma cor e energia distinta: a verde, que irradiava esperança; a vermelha, que simbolizava crescimento e abundância; e, finalmente, uma porta azul, oferecendo a serenidade para enfrentar qualquer desafio. Ao abrir a porta azul, a sala transformava-se num jardim maravilhoso, onde afundei ainda mais na sensação de paz.
Por fim, encontramos uma porta índigo, levando-me a flutuar sobre o mar profundo, preenchido por uma tranquilidade completa. Sentindo-me em harmonia com o universo, sabia que estava pronto para aceitar o meu caminho. O velho sábio pediu-me para acordar lentamente, preparando-me para novas etapas.
Despertei leve, como se tivesse libertado um peso imenso. Descobri que ainda estava na gruta mágica, com o sábio ao meu lado, que me ofereceu um prato de comida sem dizer uma palavra. No seu sorriso, encontrei a resposta para a minha jornada. Era hora de descansar e relaxar.